Nova geração de caminhões da Scania - Jogo de encaixe

Escrito em 06/11/2018
Sergio Cury


A Scania levou a sério o conceito de modularidade de sua nova geração de caminhões pesados, que acaba de lançar no Brasil. Na nova linha, desde o mais leve, o P220, até o poderoso S620, diversos componentes são compartilhados. Com isso, o número de composições possível, entre cabine, entre-eixos e motores, subiu de menos de 30 para mais de 50. É a bordo dessa frota que a marca sueca pretende manter a atual liderança nos segmentos acima de 16 toneladas. Em 2018, as projeções são de 9 mil unidades da marca – 64% a mais que as 5.754 vendas de 2017. Para 2019, com a chegada dos novos modelos, a projeção é crescer, no mínimo, o mesmo que o mercado, entre 10 e 20%. Mas a expectativa mais otimista prevê o emplacamento de 11 mil unidades da marca.



A maior novidade dessa nova geração de caminhões é a nova cabine S, de superior. Com ela, agora são quatro versões. Ela chega para ser a configurações de topo na linha que já contava com as configurações P, R e G, de pequena, regular e grande. A nova cabine S traz algumas características que, segundo a Scania, respondem a antigas demandas dos usuários. Caso do piso plano, sem o degrau provocado pelo motor, e da generosa altura no interior, de 2,07 metros. No visual, os novos modelos ganharam traços modernos, com contornos mais suaves, mas mantiveram as principais linhas que caracterizam a marca, como as barras horizontais que cortam toda a frente e os faróis em formato quadrangular. Agora, há uma assinatura em led na base do conjunto ótico.



Outra novidade é o novo motor de 7 litros, com seis cilindros em linha, que chega com potências de 220, 250 e 280 cv, com torque máximo de 102, 112 e 123 kgfm a partir de 1.050 rpm. Mas mesmo os outros motores foram otimizados. A linha conta com o motor de 9 litros e cinco cilindros, que pode render 280, 320 e 360 cv, com torque de 143, 163 ou 174 kgfm, também a partir de 1.050 giros. Acima deste está o motor de 13 litros e seis cilindros em linha com potências de 410, 450, 500 ou 540 cv e torques de 220, 240, 260 ou 276 kgfm, sempre a partir de 1 mil giros. No topo, o motor V8 de 16 litros, com 620 cv e 306 kgfm de torque a 950 rpm. Segundo a Scania, os novos motores serão até 12% mais econômicos que os atuais. Tanto o motor de 13 litros com 410 cv quanto o de 9 litros com 280 e 340 cv tem versões alimentadas a biometano. Eles usam a mesma base dos motores diesel, mas são modificados para passar a trabalhar com velas de ignição. Na transformação, há uma pequena perda de torque, na casa dos 5%.



Esta nova geração é a mesma apresentada na Europa há dois anos e no México no ano passado. Mas o leque completo de aplicações passou a ser oferecido apenas em maio deste ano. No Brasil, os modelos que já dominam a linha de produção em São Paulo desde o início de outubro oferecem todos os implementos e configurações da linha. Os modelos estão sendo comercializados com preços iniciais entre R$ 300 mil e R$ 580 mil, aproximadamente, e as primeiras unidades serão entregues a partir de fevereiro.

Primeiras impressões

Força bruta

Guarujá/SP - Independentemente da aplicação para a qual um caminhão da Scania é vocacionado, de uma coisa a marca parece não abrir mão: os motores fornecem força de sobra. Este conceito faz com que quem está ao volante se sinta bem e acaba ajudando no consumo, pois o motorista não fica tentando tirar de onde não tem. Mas na nova linha de caminhões da marca há outros aspectos que também ajudam no bem-estar o “piloto”.

            O que chama mais atenção é a ergonomia. Banco e volante são milimetricamente reguláveis. No teste, na passagem no trecho off-road, os amortecedores do assento, da cabine e da própria suspensão por vezes se desentendem um pouco e o caminhão rebola um pouco mais que o desejável. Mas este pequeno desconforto é ainda melhor que o tradicional tranco na coluna que costuma ocorrer neste tipo de terreno. Ali também o sistema de tração permite encarar sem qualquer temor trechos de lama pouco convidativos.

 



Já nas situações de rodovia e urbana, o controle oferecido pelo conjunto de direção é completo. É fácil colocar a roda exatamente onde se quer, que facilita tanto a condução normal quanto as manobras. Em marcha, mesmo em trechos sinuosos há pouca rolagem lateral e o câmbio é rápido em decidir que marcha usar. Os auxílios eletrônicos de condução, como partida em rampa, também facilitam o trabalho do motorista, que não precisa nem ser “de raiz” para conduzir estes caminhões com facilidade.

Fonte: UOL(http://motordream.uol.com.br)