Scania projeta mercado de caminhões até 20% maior em 2019

Escrito em 26/02/2019
Sergio Cury

Com mais de 63,1 mil veículos, fabricante espera elevar suas vendas na mesma proporção



O mercado de caminhões deve crescer entre 10% e 20% este ano. É com esta projeção para 2019 que a Scania trabalha ao mesmo tempo em que prevê elevar suas vendas na mesma proporção. A fabricante espera um mercado total acima dos 63 mil caminhões, considerando apenas o segmento pesado, com PBT acima das 16 toneladas. No ano passado, este mercado assinalou vendas de pouco mais de 52,6 mil, enquanto a Scania foi responsável por 16,4% deste total ou 8,6 mil, o que fez o Brasil voltar a ser o maior mercado da marca no mundo.

Segundo o vice-presidente de operações da marca no Brasil, Roberto Barral, atividades ligadas ao agronegócio continuarão catapultando o mercado de caminhões em 2019. O executivo revela que a empresa já recebeu pedidos que somam mais de 3 mil caminhões da nova geração, lançada em 2018 e cuja produção inicia neste mês na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

“O agronegócio consome de 40% a 45% de todo o caminhão pesado vendido no Brasil. Dos 3 mil pedidos que recebemos da nova geração de caminhões Scania, 80% no mínimo são pedidos que vêm do agro”, afirma Barral.

Para o diretor comercial, Silvio Munhoz, é natural que o novo produto atraia os clientes, mas o mercado depende sensivelmente da movimentação econômica. Ele lembra que a perspectiva de um novo recorde ou perto disso na safra de grãos impulsionou o mercado em 2018, além da necessidade de ampliação e renovação por parte de alguns frotistas. No entanto, o varejo e a economia industrial, que demandam muita movimentação de carga, ainda dependem das resoluções do novo governo. “Se a economia avançar, se o governo acertar no cenário, obviamente esses dois setores vão demandar e ajudar a aumentar as vendas de caminhões”, analisa.

O setor de mineração também é um dos destaques para 2019: segundo Munhoz, a empresa tem tentado equacionar a programação atual da fábrica a fim de aumentar a produção do modelo off-road Heavy Tiper, lançado em 2018. A empresa espera entregar 20% a mais este ano para o setor de mineração.

No segmento de chassis de ônibus, a Scania espera uma reação mais contundente do mercado de rodoviários, com crescimento de 20% este ano sobre as 702 unidades entregues em 2018, a partir de renovações de frota, inclusive para o segmento de fretamento. Para o ônibus urbano, as novas licitações, como a de São Paulo, além da abertura de novos mercados (a Scania vai fornecer um lote de ônibus bi-articulado para Curitiba/PR) deve fazer com que a empresa acompanhe a evolução deste mercado. Também há boa expectativa para o novo modelo de ônibus movido a gás para vendas após abril, quando a empresa conclui sua homologação no País.

Para Munhoz, se tudo ocorrer conforme a empresa prevê e planeja neste ano, os resultados podem ser ainda melhores que as previsões. “Com a consolidação econômica, o mercado pode ficar mais perto do crescimento de 20% do que dos 10% e a Scania acompanha o mercado, podendo passar dos 10 mil caminhões este ano.”

Nas palavras de Barral, a Scania e boa parte da indústria está com um “problema bom para resolver”, que é a dificuldade que alguns fornecedores ainda têm para acompanhar a velocidade da volta do mercado. “Há uma fragilidade da cadeia porque é natural que nem todo mundo fique quando muda o produto. Mas o processo está sendo muito melhor do que esperávamos”, comenta Barral.

Ele reforça que a flexibilidade que a fábrica possui “ajuda a ter uma operação mais eficiente em um ambiente tão volátil como o cenário político brasileiro”, comenta.

Atualmente, parte da fábrica paulista está operando em um turno, embora algumas áreas atuem em dois tunos para a produção de caminhões. Neste mês a unidade está iniciando o processo de aceleração da produção com a nova geração de caminhões da marca.

 

Fonte: http://www.automotivebusiness.com.br